terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Preparativos para casa nova!

Acho que o principio de tudo é ter paciência mesmo. E depois um pouquinho de planejamento, pra ter pelo menos uma reservinha de $...

Depois disso vale conversar muito com o namorido para entrarem num consenso de gosto. Um dia desses até peguei umas revistas da minha coleção de Casa Cláudia e Vogue pra ele dar uma olhada e dizer o que não gostava e o que gostava muito, vale como dica. Porque pra quem não trabalha na área fica mesmo difícil explicar o que gosta e com ele me mostrando as imagens das revistas ficou bem mais fácil. Por sorte temos gostos parecidos! Mas tenha paciência... em algum momento ele pode gostar de algo que você odeia e vice-versa, então perguntar o porquê do outro gostar “daquilo” te ajuda a resolver o problema. E saia às ruas sem pressa e vá garimpar!

Outra coisa que facilitou muito nossas escolhas foram as fotos que fui tirando em cada loja que visitava e achava que poderia aproveitar alguma peça, até nas lojas de tecidos fiz composições e fotografei. Assim chegava em casa e mostrava. Alguns maridos não se importam com a decoração (o lado bom disso é que você decide tudo sozinha e mais rápido), mas o meu é do tipo que gosta de participar dessas escolhas e eu gosto que ele participe, assim a casa não fica só com a minha cara, mas com a nossa cara.

Também achei uma revista com o nome de Decorar Mais Por Menos, e dela tirei algumas idéias. Uma delas é uma cabeceira de cama, super fácil de fazer (ou pelo menos parece, depois que eu fizer conto se é de fato) e outra coisa foi um móvel para tv super simples, linhas retas, moderno, prático e mega barato que pode ser comprado pela internet no site das Lojas Americanas, nem dá pra acreditar. E a revista é super baratinha, mas filtre, algumas dicas são meio estranhas...

O fato é que estamos tentando fazer o máximo de coisas com o mínimo de $ que pudermos. Então vale misturar às pechinchas peças menores e mais caras que vão ser "a cereja do bolo".

Isso tudo se você tem tempo, senão contrate uma consultora em decoração para te ajudar nessas escolhas. É mais rápido e prático.

O apartamento ainda não está pronto, mas para adiantar vou mostrar as fotos apenas dos preparativos. Nem tudo nós vamos comprar, algumas peças já compramos e outras ainda estamos escolhendo. Mas quando ficar prontinho eu mostro o resultado!

Estes tecidos, da loja Cinerama de São Paulo no bairro de Moema, são opções para o quarto. Lá vendem também guardanapos de tecido, lençois, colchas, capas de almofadas, toalhas... mas tem que garimpar. O guardanapo de linho abaixo com esse trabalhinho lindo de ponto ajour e a argola de madeira revestida com madrepérola também são de lá.

Sim! Nós amamos móveis rústicos! Esses são da loja Depósito Rústico de Uberlândia - MG. Temos apenas que tomar o cuidado de mesclar com peças que sejam mais modernas que não tenham essa rusticidade toda, senão nossa casa vai ficar com cara de varanda. A loja é linda, fui muito bem atendida, deu vontade de comprar tudo.

Esse branquinho é o móvel de tv das Lojas Americanas que eu citei. Ele vem numa caixa, desmontado, como acontece muito na Europa, segundo a Mirelle que mora lá na França. E foi fácil de montar, em 20 minutos lá estava ele na nossa sala. No site existem outras cores.Como vamos precisar de quadros para as paredes da sala, tive a idéia de fazer algo fora do convencional, então resolvi emoldurar os antigos ladrilhos hidráulicos, que têm a cara da nossa casa. Já que não posso colocá-los no piso, irão para a parede. Mas ainda não ficaram prontos também... essas fotos são do dia que fui escolher a padronagem de formas e cores. A loja fica em São Paulo, no bairro de Pinheiros... é a Vianarte.

E por último estão as fotos dos tecidos para a sala. A mesma padronagem de cores estará nos pufes e em algumas almofadas, mas com estampas diferentes, intercaladas com almofadas lisas de seda marrom (que estavam com um precinho bem bacana!) e vermelhas de tricô que ainda serão confeccionadas. Tudo isso (menos as de tricô) é da rede de lojas Casas Fortaleza em São Paulo, na Vila Nova Conceição. Por hora é isso! Não vejo a hora de ficar tudo pronto!



Por Ana Paula Bertarelli

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ócio Criativo

No momento estou exercendo o meu. Acho que tinha me esquecido de como posso ser criativa e produtiva em qualquer coisa que decida fazer. Todos nós podemos.

Domenico De Masi tinha toda razão quando disse que se unirmos trabalho + estudo + jogo (no sentido de brincadeira, convivência...) deixamos de ser mecânicos e quadrados... E quem gosta de ser mecânico e quadrado heim? Eu que não!

Segundo ele, esse “quadradismo” gera uma profunda insatisfação, vinda do modelo Ocidental muito focado na idolatria do trabalho, do mercado e da competitividade. E como alternativa ele propõe um modelo centrado em outras premissas, como a “valorização das necessidades reais das pessoas, educando os indivíduos e as sociedades para a importância das necessidades básicas, como a introspecção, o convívio, a amizade, o amor e as atividades lúdicas. Com isto ficariam em segundo plano as necessidades criadas pela propaganda e pela busca de status”.

Bom, Domenico De Masi a parte... o importante é que agora de fato acho que estou mais satisfeita com a vida. Resolvi trabalhar com o que realmente gosto e sei: Consultoria de Decoração, resolvi também voltar a estudar mais, mudar de cidade, casar e ainda comprar uma bicicleta, e é claro ficar perto das melhores amigas do mundo.

Mudar é muito bom!

Espero agora ter mais tempo pra pensar abobrinhas e escrevê-las pra vocês! Ahhh e tenho um monte de novidades de decoração baratinha que usei na minha casa nova. Já já conto...

Por Ana Paula Bertarelli

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Dicas de Buenos Aires 2

Neste ano a minha sogra pediu um presente especial de aniversário: Que deixássemos de lado os nossos compromissos e reservássemos um fim de semana para uma viagem à Buenos Aires: Afinal de contas seria uma oportunidade perfeita para reunir a família (Minha sogra, meu cunhado, meu marido e eu) numa viagem bem divertida.
O destino não poderia ser melhor! Buenos Aires: Viagem rápida, cidade charmosa, compras baratas e um clima perfeito para passear nessa época do ano...
Desembarcamos na última sexta-feira e ficamos hospedados em um hotel num bairro super gostoso chamado Recoleta, cheio de barzinhos e cafés e de fácil acesso aos pontos turísticos. Um drink perto do hotel foi o suficiente pois, estávamos cansados e ansiosos para curtir o sábado com muita disposição.
E como a cidade é gostosa, estava toda florida e o sábado estava lindo!! Fomos às compras, almoçamos num restaurante bárbaro e saboreamos o famoso sorvete de doce de leite. De volta ao hotel minha sogra e meu cunhado resolveram descansar um pouco e eu arrastei meu marido para uma galeria de design que fica bem perto do hotel (galeria onde fica a Hard-Rock). A galeria é uma graça e os preços são muito bons!! Escolhíamos guardanapos decorados (ADORO), taças para lícor e facas para churrasco quando num pequeno descuido uma das facas que segurávamos caiu e atingiu o meu pé, fazendo um corte de aproximadamente 5 cm próximo ao meu tornozelo. A partir daí: Estanca hemorragia, desinfeta ferimento e espera a ambulância chegar. E como foram eficientes e carinhosos os nossos hermanos Argentinos! Recebi os primeiros socorros na própria galeria e os dois velhinhos que me atenderam fizeram o possível e o impossível para me tranquilizar. Enquanto falavam carinhosamente comigo (e o meu marido traduzia tudo pois, à essa altura eu não entendia mas nem o português direito) eu esperava pela ambulância.


A minha primeira vez em Buenos Aires e a minha primeira vez em uma ambulância! Chegando ao hospital: Anestesia, costura e dale anti-tetânica. Ufaaaa!!! Lá pelas 10 horas da noite saí do hospital e de volta ao hotel comecei a maratona de antibiótico, antiflamatório e analgésicos. Contei com a ajuda do maridão para tomar banho e para me carregar de um lado pro outro pois, eu não conseguia colocar o pés no chão. Com muito carinho o Flávio se encarregou de me paparicar e de me medicar de madrugada. Voltei ao Brasil no Domingo com a ajuda de uma cadeira de rodas e com a dica mais valiosa de Buenos Aires: NÃO VIAJE SEM SEGURO SAÚDE!! Seja para Buenos Aires ou para qualquer outro destino internacional que vá fazer! Sempre nas minhas viagens fiz o seguro mas confesso que muitas vezes questionei a real importância disso. Neste pequeno acidente fui atendida prontamente, tive acesso a um bom hospital e o único prejuízo que eu tive foi o de ficar de molho por alguns dias em casa!! Não tivemos que desembolsar nenhum excedente ao seguro. No mais, enjoy!! E lembre-se do seguro pois, o acaso mesmo que improvável existe.

PS: Muito Obrigada Marido!! Por ter sido maravilhoso comigo mais uma vez.


Por Andressa Galvão

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"Dicas" de Buenos Aires

Já que todo mundo que vai quer dar dicas, aí está a minha.

Realmente o que importa não é aonde ir, mas com quem ir! Café Havana e seu Café com “Leche” Condensado inesquecível, pizza no meio da tarde, correria para trocar dinheiro na casa de câmbio Metropolitan, compras na rua Córdoba, Burger King na Galeria Pacífico, táxi baratinho, esquina da Arevalo com Baez, Puerto Madero, frutos do mar na Cucina D’Onore (com pequi), cassino-navio na madrugada, Casa Rosada e afins, feira de San Telmo e suas carteiras de couro e badulaques para a casa com direito a música típica no meio da rua, tango no Caminito, Hard Rock com sorvete Freddo, praça San Martin, presentes e mais badulaques para a casa nova na looooonga calle Florida, McDonald’s para repor as energias perdidas junto com os pesos argentinos deixados pra trás, e lições de vida!

Nada disso teria a menor graça sem meu amor... e nem sem Priscilla e Tecão!

Por Ana Paula Bertarelli

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mercadão de São Paulo

Esse eu indico! O Mercado Municipal de São Paulo, mais conhecido por aqui como Mercadão, é um ótimo passeio para fazer num domingão.

Você pode ir de metrô e descer nas estações São Bento ou Luz e pegar um táxi até lá, porque andar de ônibus ou a pé na região eu não aconselho, fica bem no Centro da cidade, e a redondeza é cheia de pedintes e afins. Eu fui de carro, aproveitei e levei a máquina fotográfica assim como os vários turistas que vão pela primeira vez... não se acanhe em filmar e fotografar um simples provolone.

Chegamos às 11 horas da manhã e tinha fila para estacionar dentro do próprio Mercado, então paramos o carro em um estacionamento bem em frente (R$ 11,00 a hora). Deu certo! Mas podia não ter dado. Só na hora de pegar o carro vimos o “cuidado” dos funcionários do estacionamento. É uma loteria, há um estacionamento atrás do outro... se não quiser jogar, fique na fila do estacionamento do Mercado.

Ao entrar, não sabia pra onde olhar primeiro. É tanto azeite, gente, bacalhau, azeitona, fiquei até vesga. Se não se controlar acaba comprando o mundo. O lance é primeiro olhar tudo, afinal lá não é gigante, não dá tempo de cansar de tanto andar. Então ande, analise qual banca tem o melhor produto e preço e depois volte para comprar, pois as bancas se repetem, você encontra os mesmos produtos em diversas delas. Fiquei pasma com o tamanho dos morangos, compará-los com os do supermercado seria como comparar um limão comum com um limãozinho galego. Inclusive tudo lá é maior que o normal, a mexerica pesa quase 500g e não tem caroço, delícia!

O Mercado foi construído próximo ao rio Tamanduateí, pois era por ele que chegava grande parte das mercadorias. Sua construção terminou em 1932, mas ele não foi inaugurado, pois bem neste ano estourou a Revolução de 32 e então o local foi usado como paiol de armas e a abertura como mercado foi só um ano depois. Depois de vários anos (em 2004) e de até cogitarem demoli-lo, foi feita uma reforma, grande reforma por sinal, na qual se ergueu um mezanino, onde estão algumas lanchonetes... você pode comer mais tranqüilo e sentado, muitas pessoas almoçam por lá e você ainda consegue de cima ver melhor a arquitetura de Francisco Ramos de Azevedo (mesmo arquiteto do teatro Municipal de São Paulo), que se preocupou com a iluminação natural e projetou clarabóias e usou telhas de vidro. E os vitrais coloridos são originais, idéia do mesmo arquiteto e executados por um artista russo da época, Conrado Sorgenicht.

É um espaço limpo, e bem freqüentado. Os comerciantes são na maioria educados prestativos e deixam você provar e beliscar antes de comprar, ou mesmo que não vá comprar. Quanto aos preços, no geral achei bons, as frutas achei caras (uma fatia de abacaxi embalada custa R$ 3,00 e R$ 10,00 por duas mexericonas), mas levando em conta o tamanho gigante, a qualidade e que não vamos comprar lá todo dia, até que não é tão caro assim.

Vale a pena!

Fica na Rua da Cantareira, 306 – Parque Dom Pedro II
Horário de funcionamento: Segunda a Sábado das 06:00 às 18:00
Domingo e Feriado das 06:00 as 16:00

Por Ana Paula Bertarelli

domingo, 11 de julho de 2010

Espanha Campeã!

Meu Deus, como pode?! Torci tanto para a Espanha que parece até que nasci por lá. Se bem que não passei muito longe, tenho em meu nome Triguero a prova disso. Achei muito merecido, afinal a bola não saiu dos pés desses meninos. Além do mais, todas as faltas que a Holanda fez pela Copa me fizeram os querer fora rapidinho, e mesmo que não tivessem feito falta alguma, ainda sim eu torceria contra todos os minutos, por terem eliminado o Brasil!

Então hoje vamos deixar a fama da Laranja Mecânica só com o Stanley Kubrick mesmo!

Bom... e como eu não entendo n-a-d-a de futebol, é inevitável falar de uma coisa que também não tem n-a-d-a a ver com futebol: a incontestável “bunitesa” dos jogadores do time campeão.

Foi um post curtinho (e que não acrescentou nada a ninguém)... mas foi para não deixar passar em branco a Copa do Mundo, que só volta daqui 4 anos. E só Deus sabe como o Brasil fará para ganhar e faze-la acontecer.

Besos!

Por Ana Paula Bertarelli Triguero

quinta-feira, 8 de julho de 2010

FeiTo à MãO!!

Sempre tive a sensação de que aqui em São Paulo as coisas “acontecem” mesmo, e continuo acreditando nisso! Lembro-me bem na época da faculdade quando ainda morava em Minas e esperava ansiosamente pela semana de férias em São Paulo, ficava dias montando o roteiro da viagem e programando cada exposição, teatro ou cinema que gostaria de ver por aqui. Afinal de contas se existe algum lugar no Brasil onde o circuito das artes e do Design é rico, é aqui mesmo! Na Paulicéia desvairada.

Sinto que a necessidade e a valorização do trabalho do designer acontecem de uma forma diferente aqui em Sampa, as pessoas encaram com maior profissionalismo nosso trabalho e entendem que para o Decorador não basta ter apenas o bom gosto. Talvez o fato que contribua muito para isso seja a necessidade que os Paulistanos têm de encontrar o bem estar no regresso para casa, depois de um dia de muito trânsito e trabalho, muitas vezes abrimos mão de uma balada para ficar em casa junto aos amigos, além de mais seguro evita-se assim de ficarmos horas em alguma fila de espera. Então nada melhor do que investir no nosso Lar e no bem estar. Triste é quando o cliente acredita que o bom decorador é aquele que deixa sua casa parecida com o showroom da loja preferida ou com a casa da revista! Sempre acreditei que o bom profissional e o bom projeto é aquele que abrange um estudo aprofundado sobre as necessidades do cliente (hábitos, cultura e valores) fazendo assim daquele conjunto um trabalho direcionado para o cliente, ou seja: Um lar! Que conte suas histórias e que tenha identidade com a personalidade e a vida de quem ali mora.

Pena daquele que vive sem história e que não encontra nela objetos de um imenso afeto e que por nada nesse mundo você se desfaz daquela “coisa”. E o que fazer com aquela cômoda antiga de madeira maciça ou com aquela poltrona démodé que se encontra na sua sala e que a sua avó cuidava com tanto zelo??? Valorize a sua história, pense na possibilidade de reformar: Trocar tecidos, aplicar uma nova pintura, usar para outra utilidade. Não se esqueça, um projeto de Decoração bem feito não é aquele que troca todos os seus móveis e que torna o seu lar sem identidade ou com a cara do Decorador.
É dever de o profissional trazer soluções para o uso de peças que você faz questão em manter, lembre-se, um ambiente impessoal não é referência de conforto e muito menos de bem-estar. Hoje podemos viver em espaços extremamente ecléticos e que misturem de forma harmônica de tudo um pouco. A valorização do trabalho manual e de peças personalizadas está presente inclusive no design contemporâneo. O resgate do Crochê, do patchwork, das tachinhas na Decoração endossa o meu ponto de vista. Afinal de contas esses objetos revelam os hábitos e costumes de uma geração e valorizam a nossa história.

Nas imagens alguns trabalhos propostos por artistas contemporâneos que além de utilizarem materiais alternativos ou reciclados fazem uso de técnicas manuais como as banquetas e almofadas patchwork da designer Ana Morelli e o divã revestido com lona de caminhão (tratada e tingida) do designer Marcelo Afonseca.
Por Andressa Galvão

quinta-feira, 24 de junho de 2010

É bonito, mas não é novidade!

Eu estava até ensaiando escrever sobre o maior evento de decoração do país, a Casa Cor São Paulo, mas depois que fui lá... aiai que preguiça! Foram-se R$ 35,00 para entrar, R$ 25,00 para estacionar, uma hora para chegar, duas para sair (andando a passos largos) e mais 1 hora para voltar pra casa (sorte). Calculando o prejú, foram R$ 60,00 e em média 4 horas (mas lembrando: só se andar a passos largos e tiver sorte com o trânsito). E se você não mora em São Paulo ainda vai gastar a passagem e a alimentação. A minha sugestão é: faça isso ano sim ano não. Afinal, se você veio ano passado já conhece até a locação: o Jockey Clube.

A Casa Cor é um enorme evento comercial, de decoração. Tive a sensação de que não há muita preocupação com o layout, circulação ou funcionalidade, e o que mais importa é ter em seus ambientes móveis e objetos caríssimos e que ostentem bastante. E é claro que eu estou sim generalizando quando digo isso, alguns ambientes são realmente admiráveis. Mas no geral,
Le Corbusier deve estar se revirando no túmulo. A expressão “a forma segue a função”, um principio do design funcionalista, foi esquecida por lá, não que eu queira desumanizar alguma coisa, acredito apenas no equilíbrio. Gostaria de ver na próxima edição algo belo e feito com pouca verba ou um ambiente magnífico apenas com móveis das lojas de “faça você mesmo”... quem consegue? Isso também seria uma novidade. Mas já me contentaria apenas em ver banheiras (de tomar banho mesmo!) mais usáveis do que lindas.


A Casa Cor destaca as tendências que já estão no mercado e já foram anunciadas por aí, como os tons nude, beige e areia. A laca linda, mas cansativamente usada em dezenas de ambientes, foi nesses tons assim como as paredes. Eu, pessoalmente, toda vida adorei essas cores, mas creio que quando se está expondo numa mostra deste tamanho o ideal seria se destacar fazendo algo diferente do que todo mundo já faz. Ou não?


Foi o que fez João Armentano. Pelo visto até ele se cansou da mesmice e resolveu fazer num “porão” (segundo a mídia o menor ambiente da Casa neste ano, com 28m2, à escolha do próprio arquiteto) a toca de um rato e claro que não é qualquer rato, é um Mickey Mouse antenado em design e com essa idéia fez tudo em escala reduzida. A diferença começa pelo vão da porta que temos que passar para entrar, reduzida à metade por uma espécie de tela. Os mini ambientes são reproduções da modinha Casa Cor. É quase uma instalação.

Fora isso... hum... bom... fora isso vá de preferência no fim do dia pra curtir também a iluminação quando anoitecer, preste bastante atenção no labirinto para não passar batido por algum ambiente porque a sinalização é péssima ou estude o mapa que vai receber na entrada, que a propósito começa com a Casa do final e termina na Casa que você vai entrar (a não ser que você seja japonês e leia tudo da direita pra esquerda), mas só percebi isso quando cheguei aqui na minha Casa. Tarde demais.

Por Ana Paula Bertarelli

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Do ladinho da 25 de Março

Não que eu goste, mas quando se trata de agradar a minha mãe num raro dia de folga meu, ir ao centro da capital paulistana em pleno feriado pode valer a pena.

Confesso que pra mim é praticamente um castigo andar na Rua 25 de Março... sou totalmente contra os falsificados de todas as espécies e ainda ter que andar esbarrando em Deus e todo mundo, aquele cheiro de sabe-se-lá-o-que, e o barulho do fim do fundo que existe lá é quase enlouquecedor pra mim. Maaaaaas, não estava tão ruim assim da última vez, era feriado e a maioria das lojas estava fechada, portanto menos gente, e ainda pratiquei uma das minhas maiores diversões: combinar estampas e cores!

O que quero dizer é que vale a pena tirar um dia para passear por lá... mas não só na Twenty Five. Eu poderia escrever 50 vezes sobre o centro da capital, afinal ele é recheado de história. Sei que é recheado de outras coisas péssimas também, como os meninos de rua... na verdade não só meninos, mas mulheres, senhores e senhoras de idade, que além de partirem o coração, não nego, dão medo.

Pra exemplificar ta aí o Mosteiro São Bento. Fica bem na portinha do Metrô (Estação São Bento), logo você dá de cara com ele. É onde ficam também as famosas Escola e a Faculdade São Bento. A Igreja é linda, me senti voltando no tempo quando entrei, está muito bem conservada e notei que há um esquema de iluminação mais atual no interior, provavelmente usado a noite nos casamentos, já que ficou na moda casar nessa igreja novamente.

Antes de ir confira os horários no site para não perder viagem. Mas a dica é o domingo às 10 horas da manhã, quando há o Canto Gregoriano ao vivo.

Descendo o histórico e famoso (entre outros motivos por vender produtos eletrônicos a preços estranhamente baixos) Viaduto Santa Efigênia, topamos com a Igreja Santa Efigênia que foi até o ano de 1954 uma espécie de catedral provisória de São Paulo até que a Catedral da Sé ficasse pronta. Ela tem ar neoromântico com algo neogótico, com certeza inspirados nas catedrais medievais do norte da Europa. Pra mim o surpreendente dessas igrejas do centro é o choque entre a feiúra da rua no lado de fora pra atmosfera sagrada de dentro.

E já que falei só de igrejas, não posso deixar de falar da Catedral da Sé. Pra quem conhece um pouquinho de arquitetura sabe que é um templo neogótico e que por suas dimensões é a maior da cidade e está entre os 5 maiores templos góticos do mundo! Não consigo entrar lá e não olhar pra cima... e admirar aqueles arcos! Uma grande (literalmente falando) curiosidade é o órgão vindo da Itália que é o maior da América do Sul; outra que sempre me deixou intrigada desde que fui lá a primeira vez quando era criança é a Cripta, principalmente quando minha mãe falou “aqui tem gente enterrada”. Achei bizarro, e ainda acho, e o pior é que é verdade... isso fica bem de baixo do altar principal. E a outra curiosidade que também é bizarrinha, e achei engraçado, são as velas eletrônicas: você deposita uma moeda e de acordo com o valor é tempo que ela ficará acesa. Será que um centavo fica quanto tempo acesa? Na foto, a cripta e o velário.

E ainda descobri que eu estou bem atrasadinha quanto a essas novidades eletrônicas das igrejas numa matéria de 2008, dois anos atrás.

Apenas lembrem-se de vestir uma roupa confortável e simples, sem bolsa e pouco dinheiro. É só ficar de olhos bem abertos e qualquer coisa recorra a um policial, das últimas vezes que andei por lá havia muitos, por toda parte. Ir na 25 de Março também pode ser cultura!

Por Ana Paula Bertarelli

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Eu VoU de MetrÔ!!

Quem ousa trocar o conforto do ar condicionado por uma estação de metrô?? EU. E olha que não estou ganhando nada do governo, mas confesso: eu me amarro no metrô! Não vou dizer que é gostoso entrar num vagão às 6 horas da tarde de uma sexta-feira e ter aquela sensação de sardinha enlatada. Mas ainda assim eu prefiro o metrô ao caos da superfície. Muito simples: esperar em média 3 minutos pelo próximo trem, enquanto eu perderia 3 horas parada no trânsito, é para mim que nem caixinha de leite: Longa Vida! Ajuda a manter o nível de stress. Sem contar o bem estar por não contribuir ainda mais com o trânsito caótico e com a poluição exagerada característicos da cidade.
Tenho sorte por morar perto do trabalho e ter fácil acesso ao metrô, o que considero até um privilégio de que, certamente, faço uso. Um bom livro a tiracolo, fones de ouvido ou 5 minutos de contemplação das obras de arte que temos em algumas estações me deixam mais feliz. É claro que estou sempre de passagem, mas o dia fica um pouco mais interessante com uma breve "ingestão" de arte. A propósito, conheci o trabalho dos gêmeos (http://www.osgemeos.com.br/) há anos numa estação, mesmo antes da expansão do grafite para as galerias de arte. Trata-se de um trabalho imaginativo e lúdico onde seres de corpos amarelos e olhos bem pequenos estão sempre ambientados em um mundo paralelo e surreal. Liberdade de expressão e uma sutil crítica social são percebidas em seus painéis. Suas imagens estão espalhadas por toda a cidade de São Paulo e também pelo mundo afora.
Valorizo muito a proposta de arte ao alcance de todos. Falta agora “apenas” o governo investir no ensino, para que a maioria das pessoas seja no mínimo capaz de conceber uma leitura das obras.
Vejam algumas das mostras expostas atualmente em algumas estações:

-As Fulaninhas (Estação Tucuruvi e São Bento/10 a 31 de Maio)

Exposição de Thais Stoklos, em homenagem às mulheres brasileiras. A mostra celebra a mulher, satirizando um dos seus maiores aspectos: a vaidade. As personagens são representadas com muito volume, cores e formas e é, no mínimo, divertido observar a exuberância e diversidade das Fulaninhas.

-Relicários de Frida Kahlo (Estação Sacomã/10 a 31 de Maio)

Cristina Bottallo utiliza técnicas variadas de colagem e pintura. Seu objetivo é expressar a devoção que nutre por Frida Kahlo, um dos maiores ícones do cenário artístico Mexicano. Encanta pela riqueza de detalhes e pelo resgate da valorização da artista.
Nas “galerias” subterrâneas existe arte com qualidade e acessível para todos, mais um bom motivo para me render ao uso do metrô.
______________________
Postado por Andressa Galvão.


domingo, 30 de maio de 2010

Ser Diferente


De lá do mundo dos diferentes, para cá, no blog...

Felipe Bertarelli. Tem 26 anos, é bacharel em fotografia, um loiro alto de olhos verdes e que é feio por opção mesmo! (já viu isso?!). Na infância era super ativo, quase descontrolado, quase um caso perdido (e nessa foto quase um mendigo)... mas ele é mesmo um Ser Diferente.

Recebeu o Prêmio Porto Seguro de Fotografia 2009 com o tema O Tempo e a Fotografia com uma seqüência de três fotos, uma delas ao lado. Seu trabalho é recheado de nus e não vá achando que são fotos à la Playboy... também carros, e não vá achando que são novinhos e encerados, sem falar nos lugares que também não são nada parecidos com as paisagens maravilhosas (que todo mundo já viu) do Rio de Janeiro. São pessoas comuns, carros que estão na nossa frente e nunca notamos e lugares que nunca fomos!

Um de seus trabalhos também estará exposto numa Mostra que vai do dia 09 de junho a 18 de julho na Avenida São João, 473 – Centro (Terça a Domingo das 12 às 20 horas). Quem quiser conferir mais, ou estiver interessado em adquirir uma de suas obras entre no site www.bertarelli.com.br onde estão vários trabalhos e seus contatos.

É como escreveu Artur da Távola... “Alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os pouco capazes de os sentir e entender. E....nessas moradas estão tesouros da ternura humana.”
Por Ana Paula Bertarelli